Era quase meia noite do dia 25 de Agosto do ano de 1879. Abri a janela e então olhei primeiramente para as estrelas do céu, estando a admirá-las por alguns instantes. Notei que tudo estava no mais absoluto silêncio e não se via nenhuma criatura perambulando pelas ruas da cidade. A iluminação artificial que havia, era oriunda de lampiões à gás que queimavam por toda a noite, fixados em postes de madeira localizados em frente à casas de algumas importantes famílias da Rua Central.
Estava com insônia enquanto todos dormiam. O tédio me consumia. Veio-me a mente a idéia de sair àquela hora para refrescar as idéias e cautela dizia a minha consciência de que deveria permanecer em minha casa. Após alguns instantes de indecisão, optei por caminhar um pouco para ver se o sono me acometia. Fazia um pouco de frio. Vesti-me com meu sobretudo, armei-me de um pequeno punhal, pus meu chapéu e então cruzei a porta de minha residência sem imaginar o que me aguardara aquela madrugada. Tranquei-a para que enquanto estivesse fora, ninguém lá entrasse.
Dei os primeiros passos. Podia ouvi-los em alto e bom som. Comecei a cantarolar algumas músicas entre os lábios. De repente, tropecei em uma pedra.
- Que droga! Exclamei em alto e bom som.
Felizmente foi uma pancada leve e que não resultou em qualquer corte na pele. Conseguia continuar a caminhada, apesar de uma dorzinha afligir o dedo menor do pé.
Quando me aproximava da praça principal da cidade, ouvi estranhos sons de passos que me parecia vir em minha direção atrás de mim a mais ou menos uma distância de cinco metros. Estranhamente, o som parou quando me virei de costas. Fiquei um minuto parado e falei em tom alto:
- Tem alguém aí?
Ninguém respondeu. Como tudo estava escuro, roubei uma tocha incandescente para ver se via algo. Para minha frustração não havia ninguém por perto e tampouco havia onde alguém se esconder num raio de 30 metros.
Voltei-me para frente e continuei caminhando. Um forte vento soprou, causando-me fortes calafrios. Não parecia ser uma noite normal. Resolvi voltar à casa.
Voltei-me para frente e continuei caminhando. Um forte vento soprou, causando-me fortes calafrios. Não parecia ser uma noite normal. Resolvi voltar à casa.